sexta-feira, 21 de junho de 2013

A premência pela boa informação

Diante dos processos que vêm ocorrendo no Brasil e dos quais somos todos testemunhas, incentivadores e construtores, é preciso tomar muito cuidado com o poder de disseminação da desinformação promovido pelas mídias sociais. Se, por um lado, a democratização e horizontalização da informação é um avanço dos mais importantes que já ocorreram nos últimos tempos, ele traz no seu interior o grande vício da dificuldade de desenvolver senso crítico para separar "o joio do trigo". Assim, informações mal articuladas, sem muito fundamento, análises superficiais e muitas vezes assentadas em pressupostos equivocados são disseminadas como se fossem grandes verdades gerando mais medo e apreensão em muitas pessoas.

Mantenho-me firme à ideia que já mencionei há alguns dias: qualquer fato histórico só pode ser razoavelmente compreendido a posteriori. Ou seja, não dá pra se ter um diagnóstico nem de longe preciso sobre ele no momento em que ele ocorre. Isso não significa que não se possa envidar esforços para isso. Muito pelo contrário: o momento agora é justamente o de tentar compreendê-lo, nas suas várias facetas e não de tentar rotulá-lo ou encapsulá-lo numa definição que seria, sem dúvida, reducionista e medíocre. É isso o que cientistas sociais (antropólogos, cientistas políticos, sociólogos), economistas, psicólogos, filósofos etc. vem tentando, com muita competência em sua grande maioria, fazer. Sob várias óticas, as peças de um complexo quebra-cabeças vão sendo montadas e vão ajudando a formar esta compreensão. Nesse momento, a boa informação é o melhor caminho. De uma maneira mais simples e objetiva, para aqueles que não são acadêmicos e que querem desenvolver este senso crítico, sugiro a escolha de fontes confiáveis, pessoas credenciadas e, o que é mais importante: juízo próprio baseado em princípios racionais e não emotivos.

Mas, insisto, é preciso tomar cuidado. Se desinformação gera o medo, a informação deturpada (muitas vezes propositalmente), superficial e medíocre  gera a uma insegurança maior ainda.

Em meio a tudo isso, recomendo este pequeno "drop" que foi ao ar ontem e hoje pela Globonews. Excelentes colocações da Antropóloga e Cientista Social, Jacqueline Muniz, especialista em segurança. Assistam, são 10 minutos que valem a pena. (das entrevistas de 5 minutos).

1) ONTEM, 20 DE JUNHO DE 2013 - Jornal da Globonews, edição das 10h00m: Erro de avaliação pode ter contribuído para tumulto no final da manifestação no Rio.

2) HOJE, 21 DE JUNHO DE 2013 - Jornal da Globonews, edição das 10h00m: A polícia tem que se fazer presente agindo nos limites de sua ação, diz Antropóloga

Para os que querem melhor se aprofundar, sugiro a leitura deste excelente artigo da antropóloga em colaboração com outros autores, publicado em sem blog.
Da Governança de Polícia à Governança Policial: controlar para saber governar

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Palavras Iniciais

Olá,

Bem vindo a um espaço que, antes de mais nada, é despretensioso. Ou melhor, se há alguma pretensão é a de exercitar a arte da escrita, refletindo livremente sobre fatos, idéias, cinema, filosofia enfim, tudo o que valer a pena pensar.

Como se não bastasse a exigência da profissão, eu mesmo me impus a necessidade de registrar meus pensamentos os quais, reconheço, considero valiosos pela única e exclusiva razão de serem meus, de representarem meu ponto de vista sobre as coisas. Nada mais. É, pois, nesse exato sentido que me refiro à ausência de pretensão. Quero apenas falar. Falar livremente. E se o transeunte cibernético que por aqui se aventurar sentir que vale a pena iniciar um diálogo a respeito das idéias apresentadas (as quais, já adianto, não serão tão aprofundadas), vou sentir que terá alguma utilidade para além da minha própria extravasão.

Apesar de relativamente antigo, eu me esqueci completamente da criação deste espaço. Nele havia deixado, oculto, um único texto que resolvi publicar mesmo estando inacabado. A ele retorno com o propósito de alimentá-lo com mais frequência, o que para mim será extremamente benéfico, inclusive do ponto de vista pessoal. Vou aproveitar para registrar outros escritos, feitos em outras épocas - pré-internáuticas ainda - que certamente revelarão um outro Fred (principalmente para aqueles que já me conhecem).

Espero que o leitor que por aqui passar possa encontrar alguns pontos sobre os quais pensar. E, se sua generosidade permitir, deixar a contribuição de suas opiniões e seus pensamentos a respeito do que encontrar registrado para, inclusive, provocar minha contrarreflexão.

Boa leitura e obrigado pela visita.
Fred

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