quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Missouri em Chamas: Ferguson e o outro lado da História Americana.


Não é o uso do poder ou o hábito da obediência que deprava os homens; é o uso de um poder que consideram ilegítimo e a obediência a um poder que consideram usurpado e opressor.
Alexis de Tocqueville, "A democracia na América"


Tendo como epicentro questões raciais, o drama social vivido atualmente na cidade de Ferguson, Missouri (EUA) - que já está caminhando para a terceira semana - traz novamente à tona um assunto que é um verdadeiro câncer no mundo contemporâneo (e não somente para a sociedade americana): o ódio fomentado por diferenças raciais e étnicas. Um tema clássico para a Antropologia ao longo dos seus pouco mais de 100 anos de história. Se os fatos e o tema não são novidade, o que vem chamando a atenção nos eventos atuais são as proporções que ele vem assumindo e que estão sendo consideradas as mais sérias das últimas décadas no país devido à ação dos poderes constituídos: uma resposta truculenta das forças do Estado (no caso, na sua dimensão local, o município), que vem sendo classificada como desproporcional, desmesurada e sem sentido. Tudo isso, alimentado pelos resultados bem evidentes de uma política global de exclusão (a população de Ferguson não só é majoritariamente pobre, mas composta de cerda de 67% de negros e com uma estrutura de poder que não comporta 4% de representantes desta etnia). Isso o está tornando um fato histórico emblemático.

E agora, mais ainda, com os desdobramentos mais recentes: mobilização nacional, pronunciamento presidencial, manifestações de celebridades e o acirramento dos confrontos devido a mais um homicídio de um jovem negro que teria sido cometido por um policial branco em Saint-Louis, capital do estado e cidade vizinha à pequena Ferguson.

Se a história americana recente está repleta de exemplos de conflitos raciais por "n" motivos que se multiplicam, a repercussão desta resposta do Estado no caso Ferguson está provocando uma grande comoção e mobilização sem precedentes, pelo menos na sua  história recente. E, claro, suscita reflexões, reacendendo o debate acerca do próprio conceito de democracia, um dos operadores simbólicos mais fortes da constituição da nação americana.

Sempre que estou diante de fatos assim, não consigo deixar de me lembrar de um grande filme norteamericano, "Mississippi em Chamas", de Alan Parker (1988). Numa interpretação livre, eu diria que, resgatando o princípio da Guerra de Secessão, o filme coloca a lógica ianque (expressa pela força de um Estado moderno, racional e legal representado pelo FBI, personalizado pelos papeis desempenhados por  Gene Hackman e Willem Daffoe) num embate direto contra a lógica Confederada (arcaica, racista, patrimonialista, personalista) expressa pelos integrantes da KKK e daqueles que os apoiam. Em uma cidade do estado americano do Mississippi, em 1964, três ativistas de direitos civis são assassinados, gerando uma investigação do FBI sobre a comunidade local e seu envolvimento com a KKK. Se o fato em si é bem diferente do que ocorreu em Ferguson, guarda alguma semelhança com o fato de que esta investigação leva os agentes do FBI aos meandros podres do envolvimento do poder local (incluindo aí a polícia) com o racismo e a violência perpetrados pela Klan. Inspirado (mas não totalmente fiel, segundo as críticas) em fatos concretos, histórias como a do filme são semelhantes a tantas outras narradas pela historiografia recente país, especificamente neste centro sul americano, como a do comerciante Vermon Dahmer, também assassinado no mesmo estado Mississippi por integrantes da Klan em 1966. E o cinema tem sido um meio muito interessante de refletir, ainda que no campo da ficção, sobre elas. Se organizações como a KKK foram supostamente banidas do território americano, não significa que as ideologias racistas que a sustentam o foram. Pelo contrário, como bem atesta os episódios de Ferguson.

Falando em Guerra Civil, cinema, e a construção de uma nação e de um país que se pretende o baluarte da democracia contemporânea, um dos filmes do cinema americano sobre o tema de que mais gosto, embora já esteja perto de completar duas décadas, é "A outra história americana", de Tony Kaye (EUA, 1998). Este é um dos casos em que a versão do título (e não sua tradução literal) adquire um sentido tão (ou mais) forte quanto sua versão original ("American History X"). Isso porque o filme toca de forma bem aberta na ferida americana, escancarando uma série de dramas sociais, políticos e econômicos na configuração do neonazismo e dos dramas pessoas vividos pelas personagens. Dramas esses (cujo centro, aqui, é o racismo e o ódio por ele motivado) que justamente questionam o ideal de construção democrática e igualitária, compondo o que seria um certo "lado B" de sua história. Por isso gosto do título em português: não é "uma outra história", mas "A outra história".

Utilizando-se de um mix entre  drama psicológico (focado na história emocional que perturba e fragiliza o jovem Derek Vinyard, vivido magistralmente por Edward Norton, e sua família), drama social (a depauperação da sociedade americana - no filme simbolizada pelas alterações sociais do bairro Venice Beach, em Los Angeles, com sua ocupação por gangues urbanas que espalham violência e acirram conflitos étnicos) e, claro, uma das principais chagas norteamericanas, o drama racial (abordado pelo crescimento da ideologia neonazista que está no epicentro do drama pessoal vivido pelo protagonista). Interessante perceber, no filme, como estas questões estão profundamente entrelaçadas para compor um quadro bastante forte de como fenômenos como o racismo são construídos. Entretanto, diferentemente do conservadorismo político do Missouri ou do Mississippi, a história deste filme se passa na pretensamente moderna L.A. e, por isso, as forças policiais, cuidadosamente orientadas pelo diretor "negro" da high school (duplamente PhD - segundo o próprio personagem afirma numa passagem). Talvez por isso, mostre uma certa harmonia entre as autoridades para resolver o problema do crescimento da violência, principalmente aquela motivada por razões de ordem étnico-raciais. Assim, este filme mostra, num certo sentido, o ideal de construção democrática e as funções básicas de um Estado pautado pelo princípio da legalidade e da institucionalidade; não o da truculência e da violência, como se vê em Ferguson.

Um dos clássicos do pensamento político contemporâneo, "A Democracia na América", Alexis de Tocqueville, então um jovem francês vivendo numa França pós-revolucionária conturbada que via naufragar o sonho republicano perante o Terror e a restauração da monarquia sob Napoleão, é um dos mais instigantes livros para se pensar o sucesso deste modelo político do federalismo americano de 1776 e que consagra os princípios modernos da igualdade civil e da legalidade. Tocqueville, um jovem e talentoso estudioso do Direito (e que se questionava o porquê do fracasso francês na construção da república, diante do êxito logrado nessa empreitada pelos americanos), reconhecia na força da lei aceita e acatada pela sociedade um dos segredos do sucesso do modelo. É o que Max Weber vai chamar, mais tarde, de dominação legítima, ou seja, uma forma de dominação aceita pelas pessoas porque elas reconhecem a sua importância para a construção da dimensão do social, isto é, o espaço coletivo em que as vontades pessoais (incluindo aí ódios e outros arroubos emocionais) devem ceder a uma lógica da construção do equilíbrio e da organização. Para o sociólogo alemão, é o Estado que deve deter o monopólio do uso da força como forma de garantir esta organização e o equilíbrio deste espaço coletivo. Entretanto, está claro para Weber que, por se tratar de um poder legítimo e racional, esta força não pode ultrapassar os limites daquilo que é estritamente necessário para a manutenção da ordem. Nada mais. Exacerbações levam o uso do poder para o campo da ilegitimidade, do totalitarismo puro e simples.

Embora motivado por questões raciais, uma grande questão que o caso Ferguson nos traz para pensar é justamente no âmbito da ação do Estado. O que temos visto pelos meios de comunicação, confirmado por várias testemunhas que vem acompanhando in loco o desenrolar dos fatos, é justamente o contrário. Uma violência exagerada que vem acarretando mais reações explosivas de uma população já bastante acuada pela miséria, pela pobreza e pela exclusão social e política. Pelas informações que nos chegam, Ferguson tem nos mostrado uma esfera política muito longe do ideal construído pelo modelo federalista americano de igualdade e de combate ao ódio, visando a construção de uma nação harmônica, que tentou se firmar pós-guerra civil. Este ideal foi muito bem expresso no primeiro discurso de posse do presidente Abrahan Lincoln e que, curiosamente, serve de texto para fechar o filme de Tony Kaye (narrado por Daniel Vinyard, o irmão mais novo de Derek, assassinado vítima deste mesmo ódio):

 “We are not enemies, but friends. We must not be enemies. Though passion may have strained, it must not break our bonds of affection. The mystic chords of memory will swell when again touched, as surely they will be, by the better angels of our nature.” (Abrahan Lincoln, discurso de posse, 04/03/1861)
Se "Lincoln", de Steven Spielberg (2012) traz alguns desses questionamentos por meio da reconstituição da trajetória política do ex-presidente americano, "A outra história americana", apesar de anterior, sela a contemporaneidade da sua luta por meio do fechamento do filme com um assassinato motivado pelo ódio puro e simples que vai sendo encenado em câmera lenta sob o texto do discurso presidencial. Ainda mais se consideramos o fato de que, desde 2008, a nação americana vive tempos de aparente renovação do cenário dos conflitos raciais devido o peso simbólico da eleição do primeiro presidente negro da sua história. Um sonho que, certamente, o próprio Lincoln poderia alimentar.

O ódio é um peso e é também o principal combustível do racismo. Assim, como bem nos lembra o filósofo Cornelius Castoriadis (já mencionado em um outro artigo que discute a questão racial - cf. Os paradoxos do conceito de raça), o mecanismo do racismo não pode ser vencido se não o compreendermos como um modelo lógico inserido na construção de uma dialética da alteridade alimentada por este combustível (o ódio) que quase sempre é acompanhado de uma postura violenta. Nas palavras do autor:

"o racismo participa de alguma coisa muito mais universal do que aceitamos admitir habitualmente. O racismo é um fruto ou um avatar particularmente agudo e exacerbado – eu estaria inclusive tentado a dizer, uma especificação monstruosa – de um traço empiricamente quase universal das sociedades humanas. Trata-se, em primeiro lugar, da aparente incapacidade de se constituir como si mesmo sem excluir o outro; e da aparente incapacidade de excluir o outro sem desvalorizá-lo e, finalmente, odiá-lo." (Cornelius Castoriadis, Reflexões sobre o Racismo.)

Por isso, o seu combate é extremamente difícil, por mexer com pressupostos muito mais emocionais do que racionais.

E é aí que deveria se apresentar o Estado. Além de promover políticas de inclusão (uma de suas prerrogativas básicas, fundamentais), a intervenção de um Estado moderno seria muito mais eficaz  se fosse operada pelos mecanismos preventivos da formação, educação e incentivo à cidadania. O difícil trabalho de mudança cultural. Até lá, os americanos serão forçados a conviver com o fantasma de explosões de violência cujo estopim é a exclusão gerada pelo racismo.

Enquanto esta dinâmica for sustentada e, mesmo que indiretamente, apoiada por mecanismos de Estado (com uma polícia truculenta e violenta, por exemplo; ou com tribunais que não cumprem de forma isenta sua função na manutenção dos pressupostos democráticos), esta luta ficará ainda mais difícil. E quantas "Fergusons" mais teremos que testemunhar?

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Para se informar mais sobre os episódios em Ferguson: 







segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Sobre retratos e selfies: de Narciso a Dorian Gray

Já faz algum tempo, uma imagem engraçada anda circulando pelas redes sociais digitais:  Oscar Wilde com um smartphone na mão, mostrando a sua própria imagem envelhecida, com o título "The Selfie of Dorian Gray".


Recentemente, por ocasião do ritual de velório e enterro do ex-candidato à presidência Eduardo Campos, do PSB, houve muito burburinho acerca dos selfies tirados por muitas das mais de 100.000 pessoas que lhe foram prestar as últimas homenagens. As páginas das principais mídias sociais ficaram cheias de reações manifestando indignação com o que chamaram de falta de respeito. O fato foi muito comentado, inclusive, na grande imprensa, ressuscitando mais uma discussão a respeito do significado da proliferação desta prática que vem se tornando cada vez mais constante em nosso meio, principalmente com fins de publicação nas redes sociais digitais.


Muito se vem falando sobre isso. Análises focando fundamentalmente a perspectiva individual, ou seja, sob a ótica da psicologia, tentam compreender quais as dimensões da personalidade podem ser analisadas a partir deste fenômeno e que relações ela pode guardar com eventuais distúrbios e patologias neste campo.

Dizer que o selfie é um ato que revela (em maior ou menor grau, dependendo da circunstância) um comportamento narcísico, um show de vaidades, um certo egocentrismo etc. é um truísmo. Se é patológico ou não, não acredito que seja tão simples afirmar. O fato é que, muitos consideraram a atitude num momento de velório um desrespeito. (Sem entrar no mérito desta discussão - que não é o ponto aqui - até mesmo isso é questionável quando nos lembramos que ninguém menos do que Barack Obama fez o mesmo no velório de Nelson Mandela. E, à época, o fato foi comentado até mesmo por todos verem um comportamento "banal" numa personalidade tão ilustre, mas não necessariamente fora condenado como falta de respeito.) Além disso, não nos esqueçamos que este comportamento (de se registrar a si próprio) é uma constante na história da humanidade: desde as primeiras pinturas das cavernas, passando pelas esculturas gregas e os autorretratos dos grandes pintores do universo da história da arte. Pensando assim, não vejo muita diferença entre os registros feitos por outros sobre mim mesmo (quando encomendo uma escultura de um busto ou uma estátua, ou mesmo uma pintura, ou fotografias) e aqueles feitos por mim (como nos autorretratos ou os selfies).

Não desprezando o que já se disse sobre as consequências do excesso de narcisismo e eventuais distúrbios sociais ou psicológicos daí decorrentes, mas navegando por águas distintas (apesar de contíguas às de outras abordagens), eu queria propor uma linha diferente de reflexão: a ideia de que (também) a prática do selfie estaria ligada a uma necessidade que parece ser universal que as pessoas sentem do registro da sua presença no mundo e, especialmente, quando se trata de lugares e momentos considerados marcantes. Seja sob sua ótica pessoal (uma viagem de férias, por exemplo), seja sob a ótica coletiva (como o velório de Eduardo Campos, que é, sem dúvida, um dos fatos políticos mais relevantes dos últimos meses - à parte a sua dimensão pessoal dramática, como bem analisou o meu colega Pedro de Santi num belo artigo recentemente publicado aqui no Blog Nota Alta da ESPM).

Tomando uma certa abordagem de caráter antropológico no sentido estrito do termo, desde um  ponto de vista menos individual e mais global do ser humano portanto, esta necessidade do indivíduo de registrar um testemunho de um fato está muito ligada à sua historicidade e à sua memória. Brincando com os mitos gregos, esta, a memória, é o único instrumento de que dispomos que nos aproxima ao máximo da condição divina da imortalidade (característica mais marcante que separa a condição humana daquela dos deuses) escapando da tragédia de sermos devorados pelo tempo (o que foi muito bem tematizado no mito de Cronos - ou Saturno): por meio de nossa memória, podemos nos tornar eternos, vencendo, ainda que simbolicamente, a morte. E os registros permitem a recuperação deste tempo vivido, como se trouxéssemos o passado para junto do presente. Isto é historicidade.

É neste sentido que os registros (cartas, relatos, diários, desenhos, fotos, filmes etc.) assumem um papel extremamente importante na afirmação da condição de uma eternidade construída para o ser humano, como que negando a sua real condição de ser transitório, finito, mortal. E este jogo, entre o real e o simbólico, parece ser crucial para nos definirmos até mesmo como indivíduos. Afinal, escrever um livro (perpetuação do meu nome), plantar uma árvore (perpetuação de um feito) e ter um filho (perpetuação do meu sangue), seriam  traduções materiais para um conjunto de leituras simbólicas acerca da perenidade, da eternidade que ainda parecem estar muito fortes no imaginário das pessoas como valores a serem afirmados em nossa cultura. Ainda que não abracemos nenhuma fé que nos prometa continuar a existência mesmo que nosso corpo se extinga, continuamos a recusa em nos aceitar como mortais, finitos.

Fazendo um recorte neste raciocínio para voltar ao ponto inicial do texto (afinal, trata-se de um blog), nesta leitura, considero os selfies como ligados a um tipo específico de registro: a fotografia. Neste sentido, considerando uma perspectiva mais restrita do universo privado, o que as mídias sociais fizeram na história recente de nossa sociedade foi, de certa forma, evidenciar e até mesmo exponenciar esta característica de preservação de uma memória não só de testemunho de fatos, mas (aí entra toda a questão egoica - não necessariamente narcísica) de que eu estava lá.

Em tempos de mídias analógicas, câmeras pesadas e o velho rolo de filme que requeria uma limiação de registros, quando eu viajava, ao regressar, gostava de reunir amigos para ver algumas fotos dos lugares visitados  (desculpa para tomar vinho, claro). Sempre brincava quando inquirido: "Mas cadê você nas fotos?", ao que eu respondia: "Estou atrás da câmera!" Até pela dificuldade de se tirar um autorretrato com câmera analógica quando se viajava sozinho, quase não tinha fotos minhas, à exceção de umas poucas quando solicitava a alguém que a tirasse ou quando era possível utilizar o recurso automático.

Se esta fotografia "à antiga", dispensando o autorretrato como testemunha de que estive lá, afirmava uma certa individualidade na medida em que eu estava presente pelo meu olhar, a fotografia digitalizada e, principalmente, a partilhada, parece tê-la roubado: afinal, como atestar a autenticidade, a originalidade, a individualidade de uma foto se ela se parece tanto com tantas outras que se proliferam pelas redes? Colocar-se a si próprio no cenário, parece resolver um pouco esta questão. E o selfie foi ganhando espaço cada vez mais consolidado. Disso, ao exagero, foi um passo.

E é exatamente este o grande problema que vem sendo discutido (e o caso do velório de Eduardo Campos evidenciou): os exageros que se vem cometendo com os selfies, excedendo, em muito, os limites toleráveis do bom senso, da boa educação e até mesmo do respeito. Parece-me que neste sentido, há uma correta identificação desta prática, sobretudo quando excessiva, como um sintoma que revela aspectos patológicos sobre como o indivíduo lida consigo mesmo e com sua exposição. Ou seja, sua relação com a esfera do social. Gostaria apenas de chamar atenção para o fato de que não considero, particularmente, a prática como um problema, mas sim o seu excesso e distorções.

Não se trata, portanto, de condenar a priori os selfies, mas de pensar que esta prática (como outras práticas das redes sociais digitais) nos evidencia o velho problema do equilíbrio tão bem tematizado em toda a história da filosofia: assim como tudo na vida, uma boa dosagem entre auto-exposição e auto-preservação ainda é desejável e expressão de uma saúde não somente mental mas, principalmente, social.








Palavras Iniciais

Olá,

Bem vindo a um espaço que, antes de mais nada, é despretensioso. Ou melhor, se há alguma pretensão é a de exercitar a arte da escrita, refletindo livremente sobre fatos, idéias, cinema, filosofia enfim, tudo o que valer a pena pensar.

Como se não bastasse a exigência da profissão, eu mesmo me impus a necessidade de registrar meus pensamentos os quais, reconheço, considero valiosos pela única e exclusiva razão de serem meus, de representarem meu ponto de vista sobre as coisas. Nada mais. É, pois, nesse exato sentido que me refiro à ausência de pretensão. Quero apenas falar. Falar livremente. E se o transeunte cibernético que por aqui se aventurar sentir que vale a pena iniciar um diálogo a respeito das idéias apresentadas (as quais, já adianto, não serão tão aprofundadas), vou sentir que terá alguma utilidade para além da minha própria extravasão.

Apesar de relativamente antigo, eu me esqueci completamente da criação deste espaço. Nele havia deixado, oculto, um único texto que resolvi publicar mesmo estando inacabado. A ele retorno com o propósito de alimentá-lo com mais frequência, o que para mim será extremamente benéfico, inclusive do ponto de vista pessoal. Vou aproveitar para registrar outros escritos, feitos em outras épocas - pré-internáuticas ainda - que certamente revelarão um outro Fred (principalmente para aqueles que já me conhecem).

Espero que o leitor que por aqui passar possa encontrar alguns pontos sobre os quais pensar. E, se sua generosidade permitir, deixar a contribuição de suas opiniões e seus pensamentos a respeito do que encontrar registrado para, inclusive, provocar minha contrarreflexão.

Boa leitura e obrigado pela visita.
Fred

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